domingo, 7 de abril de 2019

FILHOS E PAIS! DUAS GERAÇÕES DE DESCONHECIDOS! (O Reino dos Céus e as Crianças) – Parte 3

Uma das coisas mais faltantes na criação dos filhos nos dias atuais é a disciplina. O dicionário Houaiss diz que o substantivo feminino disciplina tem os seguintes significados: obediência às regras, aos superiores e a regulamentos. Como derivação por extensão de sentido o dicionário traz: comportamento metódico, determinado, constância. Biblicamente, o sentido é o de comportamento metódico, determinado, constância; o que, evidentemente, leva para o sentido de treinar ou treinamento. Portanto, não é sinônimo apenas de punição. Tem a ver, e muito, com instrução, educação... e não a crueldade. Veja Provérbios 4:1-6.

Uma boa ilustração compara disciplina com a jardinagem. O profissional aduba o solo, nutre e rega diariamente a terra e, se preciso for, coloca veneno contra pragas, insetos e outras ervas que possam ser daninhas. Muitas vezes, ao verificar sua planta, o jardineiro precisará podar, arrancar alguns galhos doentes e outros cuidados mais. O que ele visa? Que a planta cresça saudável e para o alto. Isso exige métodos corretos, adubos corretos, ferramentas corretas... enfim, disciplina, até que a colheita venha. Isso dá trabalho e, quase sempre, tem elevado preço.

Os filhos são como essas plantinhas que precisam ser adubadas, regadas, podadas, cuidadas com disciplina e tenacidade. Os frutos gostosos fazem valer a pena todo esforço. Portanto, sem disciplina com muito esforço, jamais os frutos serão seletos, gostosos, prazerosos. Além de toda técnica, ferramentas corretas, disciplina, podas... o principal de toda essa disciplina é que o jardineiro faz isso POR AMOR. A adubagem não pode ser exagerada, a água precisa ser na medida certa, a poda terá que ser cuidadosa pra não arrebentar e causar danos irreversíveis às plantas. O remédio para isso se chama amor.  Em outras palavras, toda disciplina deve ser aplicada de forma correta e, principalmente, com muito amor para que os frutos venham saborosos.

Deus, sempre que necessário, disciplina os seus filhos... mas, com amor (veja Hebreus 12:1-11). No verso 11 se lê: “Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados” (NVI). Deus sabe disciplinar... afinal, ele é Pai exemplar. Todo pai e mãe deveria se espelhar em Deus, o Pai, para exercer a disciplina. A disciplina correta produz “fruto de justiça e paz”. Entretanto, o final do verso afirma que esses frutos são para “aqueles que por ela (a disciplina) foram exercitados”. O sentido aqui é de exercício, treinamento... duro e contínuo. Esse é o grande problema dos pais modernos. Não praticam a disciplina correta, permeada com amor, com entusiasmo; como se fosse treinamento diário em academia. Por quê? Dá trabalho, é cansativo, tem que ser diária. Disso depende o tipo de fruto que há de se colher: de justiça e paz ou de tristeza, amargura, choro. Aproveite e leia com atenção Provérbios 4:13 e 12:1.

É a disciplina com amor que forja o caráter dos filhos. Caráter o conjunto de traços morais, psicológicos, sociais, espirituais, etc.; que fazem a distinção entre uma pessoa e outra. Dele depende o temperamento, a firmeza de atitudes, a índole pessoal de cada pessoa. Portanto, o caráter – sem a transformação que só Cristo pode fazer – não é uma escolha pessoal cognitiva de qualquer pessoa... mas, é uma formação forjada (treinamento ou disciplina) ao longo dos primeiros anos de vida e que, normalmente, vem a reboque da necessidade individual de autoproteção do meio externo. O primeiro teórico a se preocupar em formular uma teoria coerente do caráter foi Wilhelm Reich, independente de fé cristã. Ele, após suas pesquisas afirmou: “o caráter consiste numa mudança crônica do ego que se poderia descrever como um enrijecimento” (Reich, 1989, p. 151). Assim, toda boa disciplina depende de formação de hábitos saudáveis. Hábito, nada mais é do que aquilo que se aprende pela repetição (treinamento, disciplina). A junção de hábitos, pensamentos e sentimentos forjados ao longo dos anos, forma o caráter. Assim, pais, se você quer produzir filhos que sejam bênçãos para eles mesmos, para vocês, para a sociedade e para Deus... antes de tê-los, pensem seriamente na necessidade de discipliná-los/treiná-los com muito amor e esforço. Muitas vezes será necessária a poda... mas, isso é absolutamente necessário e inevitável. Releia Hebreus 12:1-11.

A psicologia ensina que durante os dois primeiros anos de vida, normalmente, a criança aprende cerca de 75% de tudo aquilo que introjetará para seu futuro. Diz também, que, normalmente, o caráter está pronto e forjado até os sete anos. Importante salientar que a maior parte do caráter (as idiossincrasias pessoais) é forjada por meio daquilo que eles observam (os atos) nas pessoas que admiram e amam... normalmente os pais, familiares e professores. O que é que os seus filhos estão vendo?  Atos positivos ou negativos? Eles precisam ver e sentir hábitos positivos nas pessoas a quem amam, tais como: amor, carinho, confiança, respeito, autoridade, cooperação entre os pais, zelo para com as coisas de Deus, cumplicidade... e muito mais.

O grande evangelista Dwight Mood, como ninguém, definiu o que é o caráter positivo. Ele afirmou que “caráter é aquilo que você é no escuro”. Claramente, caráter se revela na conduta... que tem que ser a mesma em qualquer situação, até no escuro onde ninguém está vendo. Nenhum fruto é mais saboroso do que saber que o filho foi criado com tal disciplina. Todos sabem que a formação do caráter não é exclusividade dos pais. Ela é afetada, acima de tudo, pelos pais... mas, também, pela escola, pela sociedade e por todos os relacionamentos ao longo da vida, principalmente nos primeiros anos de vida. Por isso, a necessidade dos pais forjarem o caráter dos filhos, para que a sociedade ímpia não possa exercer muita influência na formação do caráter dos filhos.

O que se quis dizer com tudo isso é que os pais são responsáveis, diante de Deus e da sociedade, pelo tipo de filhos que deixarão para o mundo. Eles serão frutos saborosos ou amargos? Amor e disciplina são os ingredientes que forjarão o caráter, inclusive, espiritual... dos filhos. Por isso, mãos à obra mesmo antes de tê-los. É preciso preparo, oração, dependência de Deus... e a certeza de que isso custará muito trabalho.

Querendo ajudar os pais nesse mister, a seguir estão algumas sugestões para abençoar (ou não) os pais que queiram ter um pouco de trabalho. Veja o que diz a Palavra de Deus sobre o assunto: “Pois o mandamento é lâmpada, a instrução é luz, e as advertências da disciplina são o caminho que conduz à vida” (Provérbios 6:23 NVI) e, também “Não evite disciplinar a criança; se você a castigar com a vara, ela não morrerá. Castigue-a, você mesmo, com a vara, e assim a livrará da sepultura” (Provérbios 23:13-14 NVI). “Castigar” aqui, jamais significa machucar e deve ser o último recurso. Todavia, ele é necessário, muitas vezes. Então, se quiser, adote um CÓDIGO DE CONDUTA entre vocês pais; e seus filhos. Façam 4 blocos de regras de conduta, conforme modelo abaixo.

Nos blocos, aliste as regras, castigos e métodos disciplinares combinados. Quando os pais chegarem a um acordo escrito, mostre o código de conduta a seus filhos (lembre-se que um filho é diferente do outro). Explique-o a eles.  Pergunte a cada um se tem dúvidas ou sugestões.  Introduza quaisquer modificações com que ambos (pai e mãe) concordarem de coração e razão.   Pai/mãe = autoridade final e não podem aceitar sugestões que não estão de acordo ou que não melhorarem o código. Agora, é Código em ação. Poucas regras por vez. O mais importante é VIGIAR O CUMPRIMENTO das regras e CASTIGAR/DISCIPLINAR todo descumprimento, um por um. Cópias do código devem ser colocadas em todos os lugares apropriados. Isso ajuda a memorizar.


PROGRAMA APRENDA UM/GANHE UM!

Numa reunião de família, os pais devem explicar aos filhos o programa “aprenda um/ganhe um”. O princípio é o de que “a responsabilidade leva ao privilégio de uma maior responsabilidade”.  Os pais devem pedir a cada filho que faça uma lista dos privilégios que gostaria de receber. Depois, cada um dos filhos deve selecionar cinco deles e escrevê-los nas lacunas ao lado dos números pares.  A seguir, os pais devem alistar nas lacunas ímpares as responsabilidades que querem que o filho aprenda/cumpra. Ambas as listas devem partir do mais fácil para o mais difícil. Dê o tempo necessário para que cada filho faça sua lista. A possibilidade de subir os “degraus” até o mais elevado e desejado oferece um forte incentivo.

É importante que nenhum privilégio seja concedido antes que cada responsabilidade seja totalmente cumprida e demonstrada durante um tempo especificado no programa. Cada degrau só será vencido com a demonstração do cumprimento durante o tempo especificado no programa. Jamais passar para outra responsabilidade ou privilégio do degrau acima, sem que a anterior esteja totalmente concluída!


IMPORTANTE: Isso só tem valia e fará diferença... se os pais agirem da mesma forma e fizerem cumprir o código/programa totalmente.

Até o próximo texto. Amém!

4 comentários:

  1. Jonatas Egidio schmetk7 de abril de 2019 às 18:44

    Muito bom meu amigo;Deus continuamente supra a sua mente com sabedoria e discernimento das coisa excelentes para se aprender.

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  2. Obrigado nobre e conspícuo amigo e colega. Que Deus te abençoe ricamente. Amplexo

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  3. Amei a dica e o texto muito esclarecedor

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    1. OBRIGADO. Que possa ser abençoado pelo conteúdo do texto e por Deus. Abraço

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