Mais uma tragédia relacionada com crianças em escola.
Desta vez em Suzano/SP, na Escola Estadual Professor Raul Brasil. Recentemente,
no Colégio Goyaneses, em Goiânia/GO, adolescente de 14 anos matou dois colegas
de 13 anos e feriu outras crianças com a arma da mãe, que é policial civil.
Outra tragédia foi a de Realengo/RJ, em 2011, com a morte de 12 crianças na
Escola Municipal Tasso da Silveira. Ainda em 2011, em São Caetano do Sul/SP,
uma criança de 10 anos atirou na professora e depois se matou. Em abril de
2012, adolescente com 16 anos, de Santa Rita/PB, acertou três alunas tentando
matar outro aluno da escola. Isso, só os casos mais “bombásticos” e midiáticos
brasileiros; sem os casos mundo afora. Ainda há registros de mortes levadas a
efeito por crianças com o uso de armas brancas e outras. Tais notícias têm
acontecido, cada vez mais, amiúde. O que está havendo com as crianças?
As crianças
de cada um, ou seja, os filhos são bênçãos de Deus e joias raras para os pais.
Pelo menos, deveriam ser. O que está acontecendo? Por que, cada vez mais cedo,
as crianças estão ficando adultas e tendo atitudes absurdas até para adultos?
Li, não lembro onde, que “existe uma tragédia silenciosa” dentro dos próprios
lares. As estatísticas são estarrecedoras. Cada vez mais cedo, as crianças
perdem o encantamento, a doçura e se defrontam com a realidade de lares
putrefatos e são conduzidas a um estado emocional terrificante e sem precedentes.
Parece que a epidemia está virando, rapidamente, pandemia.
Recentemente
foi divulgado que o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH)
sofreu um aumento de 43%. Esse é um
transtorno neurobiológico genético que surge na infância, caracterizado por
desatenção, inquietude e impulsividade. Modernamente, bom número de crianças
sofre de transtornos mentais. O aumento de crianças depressivas tem crescido
assustadoramente. O pior é que o número de crianças e adolescente suicidas na
faixa entre 10 e 14 anos teve um aumento recente de 200%.
É desse
assunto tenebroso que este, e os próximos textos, vão tratar. O que está acontecendo e o que os pais, a
escola, a sociedade, as igrejas, o mundo... estão fazendo de errado? As
crianças da atualidade estão sendo criadas e estimuladas de forma correta? Ou
estão sendo superdimensionadas e estimuladas a valores materiais em detrimento
do espiritual, do ético? Será que o que é “correto”, não está sendo substituído
pelo que se tem denominado de “politicamente correto”. E os valores espirituais
e morais têm existido de forma correta? É um longo caminho a percorrer.
Um pouco de
divagação! Imagine uma criança pensando no interior da mãe... prestes a nascer.
Uma família e os amigos dessa família ansiosos pela sua chegada. O que será
essa criança, pensam! Talvez a civilização esteja em jogo. Talvez o futuro do
mundo dependa dessa criança. Finalmente ela chega! Do mundo ela nada sabe. É
apenas uma indefesa criança. O que ela será no futuro depende, primariamente,
dos pais. Depois, de um sem número de pessoas: familiares, parentes, vizinhos,
escolas, professores, colegas... a lista vai longe. Quem determina o que ela
será? Sucesso ou fracasso? Posso, cá do meu canto, ouvir cada criança a gritar
desesperada: “Dá-me, dia a dia, aquelas coisas que possam construir minha
identidade feliz! Posso sentir o gemido lancinante daquele infante indefeso a
dizer: “Treine-me, corrija-me dia a dia, pois quero fazer diferença neste mundo
louco; quero ser bênção para mim mesmo, para meus pais, para a sociedade e para
Deus”. E por que isso não tem sido possível? De quem é a culpa?
No mundo
animal, os filhotes nascem e, após poucas horas, muitos deles já estão andando.
Dentro de poucos dias já estarão se alimentando sozinhos. Os pais, na maioria
das vezes, são apenas procriadores; criando e acalentando os filhos por pouco
tempo. Não é assim com os humanos. A criança precisa de cuidados por muitos
anos. E que cuidados! Do contrário, pode adoecer e, até, morrer precocemente.
Mas, muitos pais entendem que precisam cuidar da saúde física, via alimentos,
apenas. Esquecem-se de coisas prioritárias. A maioria não está preparada para
ser pai e mãe. Não sabe o significado real e verdadeiro do que isso significa.
A criança precisa de cuidados físicos, emocionais, espirituais, educacionais e
tantos outros mais.
Para
começar: o básico. A criança precisa de Deus! Isso, necessariamente, implica
que ela precisa ser orientada para Deus. A base é a família. Mas, toda criança
não é, automaticamente, salva? São indagações pertinentes e, ao mesmo tempo,
ausentes da realidade bíblica.
O que se tem
notado em tempos modernos é o completo descaso das famílias com as crianças.
Bastam os crimes terríveis perpetrados contra o menino João Hélio, a menina
Isabella Nardoni, os massacres já citados.
Há quem diga
que é culpa dos governos, ou da extrema direita; ou da extrema esquerda; ou da
falta de segurança nas escolas; ou dos pais; ou de tantas outras desculpas.
Bem, particularmente, não tenho dúvidas de que os governos, os políticos de
todos os matizes, a falta de segurança, os pais e outras coisas tantas, têm sua
parcela de culpa. Todavia, todos esses “culpados” não teriam êxito nesse
projeto estruturado de solapamento da sociedade e da família, se os dois maiores
pilares espirituais da sociedade estivessem intatos, fortes, altaneiros, produtivos e
estruturados como concebidos por Deus: a) a fé em Deus; b) e a família baseada
em valores espirituais. Esses dois pilares juntos resistiriam a quaisquer
tempestades e avanços do mal.
Alguém
objetaria: esses pilares são, somente, espirituais. Verdade! Exatamente por
isso eles deveriam ser o sustentáculo de toda a sociedade, cujo pilar primeiro
é a família. Sociedade composta por famílias sem Deus, esfaceladas, baseadas em
princípios morais e éticos duvidosos... produzem filhos com moral e ética
malignas. Muitos religiosos colocam a culpa no pecado, no diabo, alguns na
própria igreja. Todas essas coisas são consequências... não as causas. Famílias
formam a sociedade. Sociedade sem famílias, moral e eticamente bem
estruturadas, jamais produzirá uma sociedade moral, ética, decente. Reitera-se:
todo esse descalabro é consequência... não as causas! Verdade que, nos últimos
30 anos o poder político no Brasil tem, propositalmente, solapado os valores
morais, éticos e religiosos da sociedade brasileira. Entretanto, é a falta
verdadeira de uma igreja compromissada com os valores do Reino de Deus que tem
permitido o avanço putrefato do viés político.
O primeiro
pilar é a “Falta de Fé Verdadeira em Deus”. A sociedade, simplesmente, está a
colher os frutos do seu afastamento de Deus. Isso inclui, inclusive e
principalmente, o mundo cristão, as igrejas e os líderes; estes – na maioria –
preocupados com o “vil metal” e o “aqui e agora”. A pura e simples rejeição ao
Senhorio de Cristo produz muito egoísmo, imoralidade, idolatria, violência
(veja Gênesis 6 e Romanos 1). Ora, essa realidade é que está acontecendo. Não
precisa ser “expert” para perceber que as crianças passam a ser vítimas fáceis
de todo esse processo de deterioração social. Aos montes estão aí o aborto, a
pedofilia, os crimes contra as crianças.
O que a
criança precisa, no ventre materno, é amor, carinho, acolhimento. Fora do
ventre: mais amor, mais carinho, mais acolhimento, educação, instrução que
açambarque a moral, a ética, os valores formativos do caráter e,
necessariamente, passa por valores espirituais sérios. Aqui, não há preocupação
com religião no sentido de denominação e sim de valores bíblicos. Estes são
eternos e imutáveis. O grande problema social chama-se “pecado”.
O que é o
pecado? Literalmente significa “errar o alvo” que Deus tem para vida de cada
humano, criado à Sua “imagem e semelhança”. Tanto no hebraico como no grego
(línguas originais da Bíblia), em seus diversos termos usados e traduzidos por
“pecado”, o sentido é sempre de afronta às leis de Deus (hebraico: hattã’th;
‘awôn; pesha`; ra`; grego: hamartia, hamartema, parabasis, paraptõma, poneria,
anomia, adikia). Por isso, pecado representa fracasso, erro, iniquidade,
transgressão, contravenção, desobediência à lei e outras coisas mais. Todavia,
a palavra mais generalizada no Novo Testamento para pecado é “hamartia” que,
com seus cognatos, acentua o sentido de transgressão contra as leis de Deus.
Não importa
se a pessoa, a família, a sociedade ou os governos acreditem ou não em Deus e
suas leis. A Bíblia informa – é uma questão de fé – que Deus criou todo o
cosmos e, também, o ser humano (Gênesis 1-2). Sendo o criador e dono de tudo,
estabeleceu leis das quais jamais se desvia e as deu aos humanos, aos animais,
à natureza, ao cosmos. Elas são imutáveis. A quebra delas constitui-se
transgressão conta Deus; portanto, pecado. Quando a sociedade se conscientizar
disso... quando as famílias se conscientizarem disso... quando as igrejas se
importarem com isso, então haverá um novo e santo começo para a sociedade. É
com esse sentido em mente que, creio eu, deve se assentar as bases educacionais
familiares de cada criança. Quais as necessidades básicas de uma criança?
Um dos
maiores especialistas em família e educação de crianças, o cristão James Dobson
traz 7 (sete) necessidades básicas da criança. Ei-las:
- PRECISA DE SIGNIFICADO = sua atitude como pai (ou mãe) em relação a você mesmo irá afetar a autoestima de seu filho. Seu filho precisa ajudar em casa, sentindo-se útil. Precisa falar por si mesmo. Precisa fazer suas escolhas e ter suas opiniões. Confiar em si mesmo... Isso é que dá significado!
- PRECISA DE SEGURANÇA = insegurança é causada por conflito entre os pais, mudanças exageradas, falta de disciplina, pais ausentes nas grandes decisões da criança, críticas contínuas, coisas ao invés de pessoas!
- PRECISA DE ACEITAÇÃO = Críticas constantes, comparações com outros, autorrealização nos filhos, super proteção.
- PRECISA AMAR E SER AMADO = amor é uma reação aprendida (verbo amar), amor visto nos pais, amor verbalizado e demonstrado, demonstração de confiança, disposição para ouvir, compartilhar experiências, criança perceber que é mais importante que coisas e trabalho.
- PRECISA DE ELOGIOS = elogiar desempenho e não a personalidade, elogiar o esforço e não a beleza, elogiar a responsabilidade da criança, elogiar com sinceridade, elogiar a iniciativa da criança mesmo que fizer errado.
- PRECISA DE DISCIPLINA = é muito mais que castigo que produz a obediência. Tem a ver com treinamento e discipulado. Tem a ver com LIMITES! A criança que não sabe quais seus limites de comportamento sente-se insegura e não amada. Ela encontrará liberdade quando encontrar-se e conhecer com certeza seus limites! Pais responsáveis tomarão decisões que não agradarão aos filhos. Os que sempre agradam perderão, ao longo do tempo, tanto o respeito como o próprio filho. Por isso, os pais precisam ter limites claros (varia de pais para pais) para si mesmos, e para os filhos.
- PRECISA DE DEUS = Não existe educação excelente sem Deus na vida da família por inteiro. Aqui o assunto não é religião... mas, Deus.
Se pais estiverem
atentos a essas sete necessidades básicas e procurarem aprender e introjetar em
si mesmos e nos filhos... terão andado metade do caminho para terem filhos
úteis a si mesmos, aos pais, a sociedade e a Deus. Bons relacionamentos entre
pais e filhos não acontecem naturalmente... exigem muito esforço, dedicação,
paciência... alicerçados em bases morais e éticas sólidas, embasadas em valores
eternos.
Mas, segundo a
Bíblia, “das crianças não é o Reino dos Céus”?
Ledo engano. Aprenda isso no próximo artigo.Amém
Excelente reflexão!
ResponderExcluirObrigado. Que Deus te abençoe. Abraço
ExcluirPaizão gostei muito de ler filhos e pais
ResponderExcluir