Neste artigo vou ser mais intimista. Vou usar o pronome na primeira
pessoa. Normalmente não falo ou escrevo sobre aquilo que não sei, não vi ou não
conheço. Nunca fui chegado a carnaval. Mas leio sobre ele. Li que ele é o “maior espetáculo da terra”. Neste fim
de mês (fevereiro de 2020), acontecerá mais um carnaval. Não vou fazer “retiro
espiritual” que, com raras exceções, nada tem de “espiritual”. Vou ficar em
casa, quem sabe visitar amigos. Confesso que, em algum ano no passado distante,
fiquei algum tempo frente a uma televisão assistindo o desfile de algumas
poucas escolas de samba do Rio de Janeiro e São Paulo. Vi, também, um pouco dos
trios elétricos em Salvador e, também, de Recife. Nada mais.
Espero que nenhum “cristão” me condene por isso. Como disse, preciso
ver e conhecer para escrever. Mas... já estou acostumado às críticas. Mario
Sergio Cortella em seu livro: “Qual é a tua obra?” diz que possui um crítico de
suas obras e eles se “odeiam” faz trinta anos. Por isso mesmo Cortella afirma:
“- Eu o respeito, ele me faz crescer. Ele me melhora. Então, que venham as
críticas. Elas me melhoram”. Nada mais sei sobre essa pessoa... nem se
está viva. Como numa pela de teatro, quero dividir este texto em alguns atos
bem específicos. Peço que leia com muita atenção o quinto e o sexto ato (os
últimos)! Eles são os mais importantes.
Primeiro Ato. Quando vi o desfile, principalmente o do Rio de Janeiro, pela TV,
fiquei fascinado, extasiado. Obra prima. Arte pura. Dedicação. Que espetáculo
grandioso de arte criativa. Como pode sair da cabeça de um carnavalesco tanta
criatividade? Como é que milhares de pessoas dedicam-se meses a fio a ensaios
para que saia tão deslumbrante espetáculo? Amor... é a resposta!
Milhares de empregos durante todo o ano. Verdadeira indústria do
entretenimento. Não há distinção de raça, credo, cor, ideologia. Movimento
fenomenal de turismo. Hotéis, restaurantes, casas de aluguel... tudo lotado.
Gente de quase todos os países. Verdadeiramente um espetáculo. Quanta
dedicação, quanta garra! Não há cansaço, não há dor, não há limites. Tudo feito
em nome do amor ao “maior espetáculo da terra”! Ah! Se isso também fosse real
no cristianismo.
Segundo Ato. Qual ou quais as origens do Carnaval, que é tido como “O Maior
Espetáculo da Terra”? Ele é uma festa brasileira? Quando começou? Bem,
pesquisei e não cheguei a uma conclusão definitiva. Os historiadores se
divergem. Fato é que, independentemente do real princípio, o carnaval remonta a
antiguidade longínqua. Vejamos algumas pesquisas.
Lídia Carvalho, que mora em Americana/SP – ela é cristã evangélica – traz as seguintes
informações (ipsis líteres): "Originários dos ‘Ritos da Fertilidade da
Primavera Pagã’, o primeiro carnaval que se tem origem foi na Festa de Osíris
no Egito, o evento que marca o recuo das águas do Nilo. Os Carnavais alcançaram
o pico de distúrbio, desordem, excesso, orgia e desperdício, junto com a
Bacchanalia Romana e a Saturnalia. A Enciclopédia Grolier exemplifica muito bem
o que é, na verdade, o carnaval. Uma festa pagã que os católicos tentaram
mascarar para parecer com uma festa cristã. Os romanos adoravam comemorar com
orgias, bebedices e glutonaria. A Bacchalia era a festa em homenagem a Baco,
deus do vinho e da orgia, na Grécia, havia um deus muitíssimo semelhante a
Baco, seu nome era Dionísio, da Mitologia Grega. Dionísio era o deus do vinho e
das orgias”.
No Site “Brasil Escola” encontrei o seguinte: “Carnaval é
uma festa que se originou na Grécia em meados dos anos 600 a 520 a. C. Através
dessa festa os gregos realizavam seus cultos em agradecimento aos deuses pela
fertilidade do solo e pela produção. Passou a ser uma comemoração adotada pela
Igreja Católica em 590 d. C. É um período de festas regidas pelo ano lunar no
cristianismo da Idade Média. O período do carnaval era marcado pelo ‘adeus à
carne’ ou do latim ‘carne vale’ dando origem ao termo ‘carnaval’. (...) Durante
o período do carnaval havia uma grande concentração de festejos populares. Cada
cidade brincava a seu modo, de acordo com seus costumes. O carnaval moderno,
feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX.
A cidade de Paris foi o principal modelo exportador da festa carnavalesca para
o mundo. Cidades como Nice, Nova Orleans, Toronto e Rio de Janeiro se
inspirariam no carnaval parisiense para implantar suas novas festas
carnavalescas. (...) A primeira escola de samba foi criada no dia 12 de agosto
de 1928, no Rio de Janeiro, e chamava-se “Deixa Falar”, anos depois seu nome
foi modificado para Estácio de Sá. Com isso, nas cidades do Rio de Janeiro e de
São Paulo foram surgindo novas escolas de samba”.
O dicionário Wikipédia acrescenta a seguinte informação: “A festa
carnavalesca surgiu a partir da implantação, no século XI, da Semana Santa pela
Igreja Católica, antecedida por quarenta dias de jejum, a Quaresma. Esse longo
período de privações acabaria por incentivar a reunião de diversas festividades
nos dias que antecediam a Quarta-feira de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma. A
palavra "carnaval" está, desse modo, relacionada com a ideia de
deleite dos prazeres da carne marcado pela expressão ‘carnis valles’, que,
acabou por formar a palavra ‘carnaval’, sendo que ‘carnis’, em latim, significa
carne e ‘valles’ significa prazeres”.
No site TERRA, sob o título “Origens do Carnaval: conheça as
raízes e os símbolos da festa” e no subtítulo “Desforra no carnaval para
esperar a Páscoa”, extraí o seguinte texto, ipsis líteris: “Com a consolidação
do cristianismo, a Igreja tentou combater inúmeras festas pagãs - o que não
funcionou com o carnaval”. A retomada veio em 604, quando o Papa Gregório I
estabeleceu, no calendário eclesiástico, a quaresma, período de jejum e
recolhimento físico e espiritual durante os 40 dias que antecediam a Páscoa.
Com isso, ficou estipulado que o carnaval seria comemorado nos três dias
imediatamente antes do início da quaresma, como uma última chance de se
aproveitar dos prazeres da carne. Mais tarde, no século 11, o Papa Urbano II
decretou o tempo oficial do período do jejum: da quarta-feira de cinzas até o
domingo de Páscoa. Assim, na chamada terça-feira gorda, era permitida a realização
de grandes bailes e banquetes, e o clima de subversão e inversão de valores era
uma marca forte da festa. "Tanto povo quanto elite absorvem esses três
dias como forma de ludibriar o momento de privação", detalha a
pesquisadora de Carnaval e Cultura Popular da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ) e julgadora de alegorias e adereços dos desfiles do Grupo
Especial do RJ, Helenise Monteiro Guimarães. Não sei se ela continua exercendo
tal função no carnaval carioca.
Não tenho interesse de pesquisar mais sobre as origens do carnaval. O
que me interessa é algo mais profundo. A realidade inequívoca é que a festa
existe, está aí e dificilmente vai mudar em alguma coisa. Minha preocupação é
como os “filhos de Deus” da nova geração estão vendo o carnaval. Nenhum cristão
em sã consciência pode ignorar o fato de que os evangélicos estão aderindo, e
ou, tolerando perigosamente os efeitos do carnaval.
Terceiro Ato. Argumentações evangélicas pró-aceitação do carnaval existem muitas.
Que o digam os blocos de carnaval evangélicos. Alguns argumentam que o carnaval
é uma legítima festa brasileira e cheia de alegria; portanto, não podemos
desdenhar dela. Outros dizem aquilo que já coloquei lá no início: é uma festa
linda e cheia de arte. Os mais “espirituais” entendem que é uma excelente
ocasião para a evangelização. Você conhece o bloco “mocidade dependente de
Deus?”, do Rio de Janeiro? Você conhece o bloco “As muquiranas? (neste, os
homens saem vestidos de mulher)”. São blocos evangélicos ou sob a liderança –
nominal - de evangélicos. O primeiro é de um pastor, o segundo de um casal de
artistas que se diz evangélico. Vou citar mais alguns já conhecidos. Apenas
citar. Cada qual tire suas conclusões. Para conhecê-los melhor existe o Google.
Não vou perder meu precioso tempo discorrendo sobre tais blocos. Ei-los (apenas
alguns): “Semente do Amanhã (Rio de Janeiro)”; “Marcha Celebrai a Cristo (São
Miguel dos Campos/AL)”; “Cara de Leão (Itaboraí/RJ, igreja Projeto Vida
Nova)”;” Celebração da Unidade – Espiritual 2013 (Trio elétrico que saiu no
circuito Dodô, em Salvador/BA)”; “Bloco Sal da Terra (Salvador/BA, Igreja
Batista Missionária Independente)”; “Bloco Gospel Bola de Neve”, cujos abadás
recebem o pomposo nome de ‘vestes de louvor; “Sou Cheio de Amor” da Igreja
Batista Atitude da Barra, RJ; “Bloco IDE”, de SP. Há muitos outros. Todos
sabemos de grupos – como a JOCUM, por exemplo – e igrejas que fazem alguma
atividade específica em meio à folia no afã de evangelização. Não quero
julgar... todavia, ainda não vi, de forma real e palpável, os resultados disso
para o Reino nesses anos todos. Alguns desses blocos já fazem isso no carnaval
faz mais de 20 anos.
O jornalista Tiago Chagas publicou, faz alguns anos, a
seguinte notícia no site “Gnotícias Gospel” sobre a cantora “evangélica” baiana
Claudinha leite ao repreender foliões que se envolveram numa confusão: “o
carnaval é coisa de Deus”. (...) - “O que é isso? Tenham consciência! Carnaval
é na paz! Não quero cordeiro do meu bloco fazendo esse tipo de coisa! Não
venham fazer bagunça na casa de meu Pai! Carnaval é coisa de Deus! Isso é um
absurdo! Quero atendimento médico aqui ao lado do trio para esse rapaz! Eu sei
quem foi. Não vou esquecer o rosto de quem fez essa covardia. Vamos brincar na
paz”. Bem que alguém já disse que “o que dá pra rir... dá pra chorar”.
Quarto Ato. Qual o custo do carnaval? Custo moral, familiar, financeiro,
espiritual... e você pode acrescentar outros. Levando em conta que, com a quase
nova lei seca, houve redução verdadeira nos acidentes, alguns números ainda são
estarrecedores. Os dados que passo são APENAS das estradas federais.
Para ter os dados das estradas estaduais e municipais, teria que acessar cada
Estado e cada cidade do Brasil. Então, imagine a realidade nua e crua. São dados
oficiais de 2019 (último carnaval). Vale lembrar que, em 2018 e 2019, por causa
da “lei seca” e uma maior efetividade da Polícia Rodoviária Federal, o número
de mortes caiu em mais de 30% (trinta por cento). Eis os números:
1157 acidentes.
83 mortes. 1464 feridos. 1.959 autuações por embriaguez ao volante. 63.313 autos
de infração. 8.542 flagrantes de
ultrapassagens indevidas que, segundo a polícia, estão entre as principais
causas de colisões frontais. Ainda em relação a flagrantes, houve 5.206
autuações por falta do uso de cinto de segurança. 1.040 pessoas pilotando
motocicletas sem o uso de capacete, além de 846 crianças transportadas sem os
cuidados necessários. 956 quilos (kg) de maconha e quase 152 kg de
cocaína foram apreendidos. Segundo os dados, 23 armas de fogo, 699 munições e
121.650 maços de cigarro foram apreendidos, 82 veículos foram recuperados e 673
pessoas foram presas por diversos crimes. (https://veja.abril.com.br/brasil/mortes-em-estradas-federais-caem-19-no-carnaval-de-2019/)
Somadas todas as mortes durante o carnaval em todos os Estados, o número
de mortos extrapolou em muito ao número de mortos da tragédia/crime da Boate
Kiss, cidade de Santa Maria/RS e, também, da tragédia/crime de Mariana, em
Minas Gerais, além de tantas outras. Na
Boate Kiss, em Mariana, em Brumadinho, na toca do Urubu (flamengo) e outros;
estão tentando achar os culpados da forma mais absurda possível. Mas, a comoção
foi nacional. A mídia jogou todos seus focos sobre essas tragédias (sic). Fora
as mortes, no carnaval, há centenas de pessoas acidentadas, drogadas,
estupradas, assaltos, assassinatos... tragédia total. Mas, vale tudo em nome da
alegria. Não há comoção nacional. Afinal, no carnaval morre-se em nome da
alegria.
O carnaval de muito antanho era uma festa popular. Faz muito tempo que
deixou de sê-lo. Virou negócio de ricos. Quem é que adentra os camarotes VIPs?
Com certeza não é o povão. E as festas privadas quanto custam? Não é para o
bolso popular. Um abadá pode chegar a R$ 4.000,00 (quatro mil reais). Festa
popular? Como? Quem pode pagar isso? Não é o povão. O camarote pode chegar a
R1.500,00 (hum mil e quinhentos reais) por dia. Quem pode pagar isso?
Definitivamente não é festa popular. Na Bahia, nos circuitos, as ruas são
fechadas pela polícia. Quem pode entrar? Quem estiver com abadá. Você já sabe
os preços. Então... isso não é festa popular. Chamam os abadás de “passaporte
da alegria”. Bem, então só os ricos podem ter alegria. Coitada da festa
popular.
Fora isso, até 2018, o poder público, entrava com o rico dinheirinho dos
pobres – impostos que todos pagamos – para dar aos ricos. Será que isso também
acontecerá no carnaval 2020?. A promessa é que não. Esperar para ver. Artistas
e cantores recebem – e muito – para estarem, cantarem ou promoverem o carnaval.
Milhões são gastos... ou eles não sobem ao palco, com honrosas exceções. Fora
isso, as músicas – quase todas – não passam de bobagens. Letras chicletes que
grudam no cérebro de um povo sem cultura e que, na verdade, não dizem nada.
Aliás, dizem sim. Dizem chavões lascivos, sexuais e perniciosos que são
introjetados no cotidiano mental das pessoas. É bem verdade que a maioria das
letras “gospel” também não diz nada. Muitas são aberrações teológicas. As
boas músicas, no carnaval e nas igrejas, estão sendo deixadas de lado... e faz
muito tempo.
Quando uma parturiente chama uma ambulância por ter como chegar ao
hospital... onde ela está? Quando ela aparece, normalmente, a criança já nasceu
no meio da rua ou em um táxi. Quando a mãe desesperada liga por causa de um
filho, marido, vizinho ou mendigo que está passando mal... onde está a
ambulância? Quando aparece, normalmente, o sofrimento já foi demais; quando não,
a morte já chegou. Mas, vi, pela televisão, ambulância à disposição em todos os
lugares... durante toda a folia. É o dinheiro do povo sendo gasto
insensatamente.
Quanto os cofres públicos gastam com o atendimento aos feridos, aos
mortos, aos bêbados, às curetagens em meninas? Quanto custa o atendimento aos
estupros do carnaval? Quanto custam as indenizações por morte e invalidez?
Quanto é gasto anualmente com os tratamentos das DSTs transmitidas
durante o carnaval; onde tudo é permitido em nome da alegria e da liberdade?
Bem... a lista iria muito longe.
Qualquer incidente no carnaval, imediatamente a polícia aparece com seus
garbosos uniformes e cassetetes. Nada contra ela. Aliás, é dever dela proteger
os cidadãos, evitar as brigas, os acidentes e incidentes. Mas, onde está
ela que não propicia segurança no dia a dia da população? Onde está ela quando
os cidadãos são assaltados, maltratados, mortos, roubados, sequestrados no dia
a dia? Por que o policiamento não é ostensivo? Bem, no carnaval é. Que
país injusto é este.
O Código
Penal Brasileiro, através do Art. 233 do Código Penal - decreto-lei
2848/40 explicita, tipifica e dá as penas para ATO OBSCENO.
Se o leitor se interessar, leia todo artigo do Código Penal e vai entender. O
fato é que o Ato Obsceno é punível com detenção de três meses a
um ano, ou multa. Consiste na prática de obscenidade em lugar público, ou
aberto ou exposto ao público. Não quero me estender em definições. O leitor
poderá fazê-lo. Todavia, o que se vê na maioria dos desfiles, nos bailes e
correlatos carnavalescos são atos obscenos. Há exposição de seios, genitálias,
nádegas e atos libidinosos em público; isso sem contar com os “mijões”
públicos. E o que dizer dos prostitutos e prostitutas seminus por estes
carnavais afora? Não estou criticando a estes. Estou criticando o
descumprimento da lei em favor da libertinagem carnavalesca porque os
“poderosos” ganham muito dinheiro com o carnaval. Vão dizer que a lei é
retrógrada e antiquada. Então, que se mudem primeiramente as leis. Enquanto
isso um pobre homem foi espancado e preso porque “incomodava” alguém com sua
música em uma calçada. Quanta injustiça.
Quem lucra com o carnaval é o bicheiro, são as cervejarias, as
indústrias de bebidas, os trios elétricos. Aliás, um deles, na Bahia, importou
um sul coreano que canta uma tal de “éguinha pocotó” importada. Você sabe
quanto isso custou? Talvez, por isso, muitos “evangélicos”, também, estejam
aderindo.
Sem medo de errar, no Brasil o carnaval está introjetado na vida social
da maior parte da sociedade, sendo visto com leniência e cumplicidade. Mas, na
verdade, ele tem a conotação de transgressão. A tônica é a alegria. O
“passaporte” é a alegria. Disfarce satânico. Disfarçado de alegria, o carnaval
promove a mais baixa promiscuidade sexual, crianças e adolescentes são levados
à prostituição, a violência nas grandes e pequenas cidades se exacerba. As
drogas lícitas e ilícitas correm soltas e são consumidas por todas as faixas
etárias gerando violência, desconstrução de valores familiares e sociais.
Quinto Ato. Realmente, creio eu, não vale a pena ao cristão verdadeiro, enredar-se
pelo carnaval. Jesus disse: “Os olhos são a candeia do corpo. Se os seus olhos
forem bons, todo o seu corpo será cheio de luz. Mas se os seus olhos forem
maus, todo o seu corpo será cheio de trevas. Portanto, se a luz que está dentro
de você são trevas, quão tremendas trevas são”!
Quero, a guisa de rápido comentário pastoral fazer algumas considerações
sobre o papel e valores a que deve ater-se o cristão que preza as coisas do Seu
Senhor (Jesus) e os Seus ensinos inerrantes, eternos, únicos, imutáveis e que,
ao longo da história, têm modificado vidas... sempre pra melhor.
1º. Quais as
obras da carne? “... imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e
feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e
inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. Eu os advirto, como antes já
os adverti: Aqueles que praticam essas coisas não herdarão o reino de Deus”.
Veja: imoralidade sexual, impureza, libertinagem, discórdia, dissensões, orgias
e coisas semelhantes...! Isso tudo e muito mais não é próprio do carnaval?
Melhor abster-se do que “não herdar o reino de Deus”. Não que o cometer essas
coisas é o fator que leva ao inferno; mas, os que praticam tais coisas nunca
pertenceram ao Senhor Jesus e, exatamente por isso, não herdarão o Reino. São
evangélicos nominais apenas. Estude com carinho Mateus 7:21-23.
2º. Jesus requer pureza do verdadeiro seguidor
dEle. Só este item daria para escrever um livro. Por isso, apenas faço
algumas considerações em I Coríntios 6:9-20 (leia, por favor, na sua Bíblia).
Interessante que o apóstolo diz no verso 12 “Tudo me é permitido, mas nem tudo
convém. Tudo me é permitido, mas eu não deixarei que nada me domine”.
No verso 13 ele continua: “... O corpo, porém, não é para a
imoralidade (veja o que isso significa, grifo meu), mas para o Senhor...”.
E, depois de exortar a que se fuja da imoralidade sexual (verso 18) ele
assevera: “Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que
habita em vocês, e que vocês não são de si mesmos?”(verso 19).
Tudo depende do alimento que dou ao meu corpo e à minha mente. Gálatas
5:16-18 informa sobre a luta intensa entre o Espírito que habita no verdadeiro
cristão e a carne (a velha natureza, o velho homem). Se eu alimento o Espírito,
este estrangula os desejos carnais e os imobiliza. Se eu alimento a carne e
seus desejos; além de entristecer o Espírito, este vai ficando sem poder agir
porque Ele dá liberdade ao ser humano, respeitando seu livre-arbítrio (não me
falem no texto de “perda da salvação”). O carnaval, em hipótese alguma,
alimenta as coisas espirituais.
3º. Ciclo
perverso. Um leitor fez um comentário que concordo: “Em vários casos os pais
levam os filhos aos bailes infantis, incentivando prematuramente as crianças,
criando ciclo perverso”. Fora isso há milhares de absurdos como: “micção na
rua, furtos, roubos, brigas, bebedeira, poluição sonora, promiscuidade, feridos,
mortos. Que espetáculo”... completa outro amigo.
Isto posto, tenho certeza que não vale a pena a qualquer cristão,
verdadeiramente salvo por Jesus Cristo, enredar-se pelo carnaval. A Bíblia nos
incita a que nos afastemos da “aparência do mal”, inclusive. Não deixe que
valores imorais e contrários aos ensinados pela Bíblia sejam semeados em seu
coração e mente.
Sexto Ato. O último. O “Maior Espetáculo da Terra”. O
verdadeiro. Absolutamente, o maior espetáculo da terra de todos os tempos é bem
outro. Volto-me para um pequeno monte nas cercanias de Jerusalém. O Gólgota.
Lá estavam três cruzes. Dimas de um lado, Gestas de outro (nomes, segundo
alguns historiadores) e Jesus Cristo ao centro. Ele estava na cruz do meio, a
maior. A haste da vertical unindo o Pai aos homens. O céu à terra. Na haste
horizontal os braços estendidos de Jesus. Unindo a humanidade. Abençoando a
todos. Ao dar o brado e expirar, Ele carregou o pecado de toda a humanidade,
unindo o céu à terra. O Pai aos homens. Ao dar o brado e expirar, Ele estava,
com Seus braços, abençoando e distribuindo a salvação a todos que se
dispusessem a recebê-la. Esse sim foi o MAIOR ESPETÁCULO DA TERRA.
O meu Senhor Jesus gotejando Seu sangue precioso por mim e por todos aqueles
que querem usufruir da verdadeira alegria. A paz verdadeira, o amor verdadeiro,
a felicidade verdadeira e eterna.
Gólgota! Cruz!
Cristo! Perdão! Amor! Salvação! Este conjunto sim; foi, é e sempre será o MAIOR
ESPETÁCULO DA TERRA. Amém!